quarta-feira, dezembro 20, 2006

Não dá...

Não dá para crescer mais do que aquele palmo de altura, por mais que tente!
Não dá para formar uma vaga alta, sumptuosa, digna de respeito, por mais que queira!
Não dá para me tornar num ciclone, num tornado, ou mesmo numa ventania!
Não dá para ser mais de que uns escassos grãos de areia no deserto, uma folha de árvore caída num bosque, um cambiante de uma cor que não coube no arco-íris.
Não dá…

domingo, dezembro 17, 2006

Palavras II

As palavras ficaram cativas da explicação,
dependentes do esclarecimento,
presas num círculo vicioso.

Sem casa para onde voltar,
sem rumo, sem seguimento,
sem asas para a sua completa libertação.

E agora?

sexta-feira, novembro 24, 2006

À mesa...


Olhou atentamente para o prato, para os convivas, para as mil e uma delícias que coloriam a mesa e aromatizavam a atmosfera e, lentamente, agarrou umas migalhas do prato que se encontrava à sua esquerda. Gostava de saborear devagar, de aproveitar até à última migalha.
Todos pareciam felizes, sorridentes, afáveis. Conversava-se sobre música, sobre flores e plantas aromáticas, medicinais, exóticas, sobre o Nobel da Paz, sobre esperança... Ela sorriu também. Voltou a agarrar em mais umas migalhas da travessa mesmo à sua frente. Hummm... Boa escolha, boa conjugação de sabores.
Ternura combinava sempre bem com inspiração.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Hoje não me recomendo...

Palavras de "Não queiras saber de mim" da dupla Rui Veloso/Carlos Tê que me soam tão familiares...

Não queiras saber de mim
Esta noite não estou cá
Quando a tristeza bate
Pior do que eu não há
Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu que eu fico assim

Hoje não me recomendo
(...)

domingo, novembro 19, 2006

Esse azul...



Esse azul não é aquele de que te falava,
Não é a cor que me deixa liberta,
Solta em nuvens de bálsamos e poções mágicas…
Nem sequer é a tal sensação que me deixava a planar.

Esse azul entristece-me,
Traz-me subtilezas rodeadas de véus de frio,
Tiras de desconforto amarradas com biliões de fios glaciares.

domingo, novembro 12, 2006

Patinho feio: animal em vias de extinção.

De há uns tempos para cá (anos, talvez), um certo clã (maioritariamente feminino) impôs que os membros do sexo feminino deixassem de ter nome e apelido para passarem a ser todos chamados da mesma forma: "linda". Ora vejamos: quando nos ligam ou mandam sms, se nos encontram na rua, por acaso, os membros desse clã começam sempre as conversas por “olá linda…”; se lhes perguntarmos algo, a resposta começará invariavelmente por “linda, penso que …”. Como se, de repente, passássemos todas a ser iguais, tipo clones e ainda por cima todas lindas. Uma coisa terrivelmente aborrecida, diga-se de passagem...
No início, pensei que seria um pouco como as tendências da moda, numa estação toda a gente usa rosa choque ou castanho, ou toda a gente resolve pintar o cabelo de louro, ou usar micro saias. Agora, sinceramente, já não sei. A moda da "linda" parece que está para durar, por isso, fica um sério aviso ao patinho feio: toma cuidado contigo!

quinta-feira, novembro 09, 2006

Para quê…?


A alma queria criar raízes e não achava solo suficiente para se fixar, a imaginação queria perder as asas, mas não sabia caminhar, o calendário queria guardar os dias, mas deixava sempre que lhe arrancassem a folha no final de cada mês.

Reuniram-se, discutiram opções e soluções, procuraram aconselhamento e acabaram por chegar à conclusão que não há nuvens a atapetar veredas, nem ondas do mar no deserto, nem canteiros de hortenses na superfície lunar, por isso, para quê complicar?

domingo, novembro 05, 2006

Frugalidades

Eu quero...
Nuvens douradas em forma de torrada, para o pequeno-almoço
E chá verde de esperança para o Five o’clock tea.
Salada de frutos da imaginação para sobremesa,
E um café com aroma a beleza e meditação.

sábado, novembro 04, 2006

A voz

Ligou e desligou o telefone. Várias vezes.
Mas continuou a ouvir a voz que dizia: Ravina, sulco, penhasco, depressão, esgoto…
E repetia: Ravina, sulco, penhasco, depressão, esgoto…
Uma e outra vez sem parar: Esgoto, sarjeta, depressão, ravina, sulco, valeta…
Não conseguia livrar-se dela, esquecê-la, apagá-la.
A voz ganhou forma e acenou-lhe. Ele seguiu-a, sem porquês, sem receios, por um caminho sinuoso, ladeado de árvores que diziam em coro: Esgoto, sarjeta, depressão, valeta…Nada temia, caminhava a passo seguro, sentia que regressava a um lugar conhecido. A voz parou, levantou a mão e disse: Chegámos. Precisou de apenas alguns momentos para reconhecer o ambiente onde se encontrava: Esgoto, sarjeta, depressão, valeta

sexta-feira, outubro 27, 2006

Talvez amanhã


Quando ela chega, inunda o ambiente com palavras que atropelam quem com elas se cruza.

Palavras evitadas pelos outros, palavras com cheiro a “déjà-vu”, palavras soltas, sem nexo, não articuladas, palavras voláteis como bolas de sabão, que não deixam rasto nem boa recordação.

Talvez amanhã, ou mesmo hoje (quem sabe), essas palavras mudem de guarda-roupa, de cenário, de condição.

Talvez amanhã, ou mesmo hoje (quem sabe), ela deixe de se parecer com o tal elefante numa loja de cristais.

Assim, quando ela chegasse, pintava de tons pastel o ar que respiramos com palavras doces e subtis.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Gotas de...

De repente, estava cá fora, à chuva…
Cá fora, noutra dimensão, noutra estrutura de reflexão.

Com gotas de sombra e de luz,
com gotas de loucura,
que perpassavam a minha indiferença
e atingiam a melancolia que me servia de agasalho.

Saudei-a,
Acolhi-a de bom grado,
Apaziguei-a
e até lhe reservei um lugar ao meu lado.

Aconchego, conivência, cumplicidade… até quando?

Até uma singela vaga de luminosidade,
ou de sensatez
a convencerem a regressar.

Vou sentir falta dela…

domingo, outubro 22, 2006

Tempestade...


Vermelho,
Cor de tempestade...

segunda-feira, outubro 16, 2006

Sair para dentro

“… e depois saí para fora” – eu ouvia a conversa atentamente e não pude deixar de sorrir, como sempre faço quando tropeço nestes pleonasmos, nestas redundâncias da língua…

Claro que, se era para sair, teria que ser para fora – pensei eu.
Mais tarde, ponderei e cheguei à conclusão que a expressão não era assim tão simples.
Porque, pensando bem, o que eu queria mesmo era…sair para fora e ficar cá dentro, sair e ficar a ver o que se passa, como quem espreita pela vidraça de uma janela, sair e poder sentir o calor que vem da lareira e o ar fresco da manhã quando se sai de casa, sair mas poder abrir as gavetas e arrumar algo que ficou esquecido, sair e pôr água nas plantas e comida ao gato, sair e rodear-me dos odores da casa…
Afinal, eu queria era sair para dentro.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Palavras...

Palavras…

Pétalas que divagam numa espiral de sons,
Promessas de um horizonte sem sombras,
Presságio de dias pacíficos...

Tela de um quadro nunca finalizado
Sem autor,
Sem título determinado…

Notas de uma pauta imensa,
Partitura de sentidos,
Prelúdio de momentos suaves…

domingo, setembro 24, 2006

Serenidade

Não sei bem onde foi, nem sei precisar quando foi …
Sei que passou por nós, contornou a nossa presença e deixou um rasto de sorrisos que tocou o rosto de todos.

Não sei quanto tempo vai durar, nem sei se vai voltar…
Sei que seguiu o seu caminho num passo silencioso, seguro, tranquilo e sei que vive em qualquer momento, em todos os lugares.

Não sei como se chama, mas eu chamo-lhe… serenidade.

quarta-feira, setembro 13, 2006

O tempo...

O tempo (meteorológico), esse poderoso "desbloqueador" mundial de conversa, tem servido de inspiração para a composição de textos lindíssimos. Hoje, lembrei-me de um que gosto particularmente (quem sabe, inspirado pelo tempo... ou não) e achei por bem partilhá-lo convosco. É “Gotas de Tempo Puro”, da autoria de Paulinho Moska, celebrizado por Ney Matogrosso.

Choveu dentro de mim
Gotas de tempo puro
Trovoadas de passado
Relâmpagos do futuro
Todos os relógios de pulso
Foram jogados no lixo
Modificando a história do homem
Mudando a vida do bicho
A sensibilidade dos anjos
Tornou-se meu ponto de vista
E a multiplicidade do agora
Faz de todo mundo um artista
Todos os relógios da torre
Perderam o mínimo sentido
Chegou a hora da aventura
Em busca do tempo perdido
O que a humanidade grita é
Eu quero a liberdade, é lógico
Mas o que a natureza ensina
É que nada tem que ser cronológico...

Lindo, lindo, lindo … e digo mais: lindo.

sábado, setembro 09, 2006

Vice-versa

Virei a página e só havia caracteres que não entendia.
Virei a folha e havia muitas nervuras, a maior ao centro e as outras, todas muito pequeninas, mesmo daquelas que se distinguem com dificuldade, preenchiam o resto do espaço.
Tentei soletrar, tentei ler da direita para a esquerda, de baixo para cima, tentei mesmo pensar noutro idioma... não, não consegui.
Passeei os dedos ao de leve pelas nervuras da folha, pela sua forma, pela sua textura.
Talvez aqueles tracinhos, aquelas letras mais ou menos redondas, muito ou pouco empertigadas, às vezes excessivamente alongadas, não tenham sido desenhados para alguém poder decifrar.
As tonalidades do verde e do aroma da folha contaram-me segredos, lendas, fábulas, histórias de hoje e de ontem que me deixaram a sonhar…

sábado, setembro 02, 2006

Silêncio

Esse teu silêncio… incomoda, perturba, irrita.
Pensei que com o passar dos tempos iria acabar por me habituar, por me sentir feliz por te saber aí, mesmo assim em silêncio.
Pensei que iria conviver com ele como se convive com alguém que vive na mesma casa, que me sentiria afagada, acarinhada, confortada por esse pedaço de ti.
Afinal, enganei-me…
O silêncio que teimas em usar, qual imagem de marca, é tão só um espaço oco, vazio de calor humano, sem aqueles pequenos nadas que constroem cada ser humano. Não transmite boas sensações, não causa sorrisos, não provoca gargalhadas... é apenas um terreno árido onde reinam a dureza, a amargura e a intranquilidade.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Chuva

Ela chegou, tal como anunciado…
Uma chuva de sons e odores,
Explosão de movimentos contidos,
De gestos nunca repetidos,
Nuvens com forma, com luz,
Sem rumo, nem destino.
Ziliões de gotas …

sexta-feira, agosto 11, 2006

Férias...

Só para dizer aos (poucos, mas assíduos) leitores do meu blog que não desisti deste espaço... Estou (oficialmente) de férias, mas o tempo livre para me sentar e escrever tem sido verdadeiramente escasso. É só isso, nada mais... Logo, logo actualizo o blog com textos novos cheios de sol e de energia.

quarta-feira, julho 19, 2006

O bom tempo és tu...

TEXTO RETIRADO TEMPORARIAMENTE

terça-feira, julho 04, 2006

Um Dia Ideal

Sei que corro o risco de este texto parecer uma compilação de "clichés" e banalidades patéticas, no entanto, cá vai …

Dia ideal... O que será um dia ideal?
A resposta a esta pergunta resultaria certamente numa definição muito abrangente e muito diversificada, dependendo de quem desse a resposta. Do universo de respostas possíveis, encontrar-se-iam pontos em comum, como por exemplo: o fim de todas as guerras e da fome no Mundo.
Quanto a mim, além desses dois pontos, verdadeiras pedras basilares para que pudesse existir um verdadeiro dia ideal, lembrei-me de mais alguns que iriam dar ainda mais brilho ao tal dia.

Saber que há um sorriso franco e aberto no rosto dos meus amigos;
Ver na televisão, em reportagem especial, que o Sr. Bush foi internado numa instituição para doentes mentais;
Descobrir que afinal o Bin Laden não existe e que toda esta história de terrorismo vai mesmo acabar;
Saber que, finalmente, o famoso discurso proferido por Martin Luther King em 1963 deixou de ser apenas uma bela peça de retórica e passou a ser o “Livro de Instruções” para toda a humanidade;
Saber que alguém me vai telefonar e dizer que eu sou maravilhosa; (esta é para rir)
Receber um folheto de uma agência de viagens que oferece uma viagem à volta do Mundo a quem tiver a gentileza de responder a um simples questionário;
Que a Selecção de Portugal vai ganhar amanhã e depois no fim-de-semana...

terça-feira, junho 06, 2006

"Materna Doçura"



“Ninguém sai ileso de um grande amor. Ou da falta dele. Esta é uma história sem fronteiras. E de reencontros. Os homens têm coração de mulher. Deixam-se amar em silêncio. As mulheres têm a força de homens. São elas que mais fazem avançar a acção…”

Há uns dias atrás, fui assistir à peça “Materna Doçura", uma adaptação da Companhia Trigo Limpo ACERT do livro de Possidónio Cachapa com o mesmo título. Já li algumas coisas escritas pelo Possidónio Cachapa e se há algo que se possa dizer sobre o que ele escreve é que não podemos ficar indiferentes às histórias que ele nos conta, ou às personagens que chegam durante o decorrer da acção, mas depois não partem quando decidimos fechar o livro e nos acompanham por dias e dias no nosso imaginário.
Uma vez que não li “Materna Doçura”, não poderei atestar se se trata ou não de uma boa adaptação, mas arriscava-me a dizer que sim. Quanto a mim, foi um privilégio assistir à magnífica interpretação dos Trigo Limpo, ao surpreendente entrelaçar de cenas de uma história enternecedora, triste, quase cruel ... sem dúvida, comovente.

quarta-feira, maio 24, 2006

“Acho tão Natural que não se Pense”

Hoje dei por mim a pensar neste poema do nosso Alberto Caeiro.
Lindíssimo...


“Acho tão Natural que não se Pense”

Acho tão natural que não se pense
Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa ...
Que pensará o meu muro da minha sombra?
Pergunto-me às vezes isto até dar por mim
A perguntar-me cousas. . .
E então desagrado-me, e incomodo-me
Como se desse por mim com um pé dormente. . .

Que pensará isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das pedras e plantas que tem?
Se ela a tiver, que a tenha...
Que me importa isso a mim?
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só os meus pensamentos ...
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar tenho a Terra e o Céu.

Alberto Caeiro



segunda-feira, maio 22, 2006

Expressões da nossa língua I

Às vezes, ponho-me a pensar nas expressões que cada língua tem, nas expressões (às vezes, muito peculiares) que as pessoas utilizam. Uma delas é: "está como o tempo!", que se utiliza, normalmente, para dizer que alguém estará mal-humorado, ou não estará nos seus melhores dias.
Então, pus-me a pensar o quão limitativa e subjectiva era essa expressão.
Será que não podemos utilizar a expressão quando está bom tempo, ou seja, sol?
Será que as pessoas antes de utilizarem o “estar como o tempo” verificam cuidadosamente como está o tempo, para poderem usar a expressão com toda a justeza, depois de efectuarem uma séria reflexão, analisando as condições meteorológicas e o estado de espírito da pessoa a quem se referem?
E porque não a utilizam quando está um belo dia de sol, para descrever o estado de felicidade patente no rosto de alguém com quem falam? Ou quando está um dia de amenas temperaturas de Primavera, para falar de alguém que se apresenta admiravelmente calmo e sereno?
Como praticamente todas as outras, também esta é uma expressão nada linear.

terça-feira, maio 16, 2006

The (red) Independent



A edição de hoje do jornal "The Independent" está sob a responsabilidade do Bono. Trata-se de uma colaboração do jornal com o projecto RED (iniciativa de Bono, cujo objectivo principal é a campanha contra a Sida em África). Como seria de esperar, Bono Vox não deixa o seu crédito de "Sr. Solidariedade" por mãos alheias. Se consultarem a edição on-line do jornal vão deparar com uma primeira página impossível de ignorar e com um conteúdo algo diferente do habitual.
Esta é uma daquelas notícias que dá gosto ouvir, que faz nascer um sorriso nos lábios. Pena é que existam poucas pessoas que realmente se preocupem e trabalhem com o objectivo de vivermos todos num mundo muito melhor.

terça-feira, maio 09, 2006

Fotografia

A fotografia eterniza o momento.

Adoro fotografias, acho que é qualquer coisa de admirável poder observá-las no papel, no monitor de um computador, ou expostas em qualquer sala ou galeria e poder reparar, vezes sem conta, numa cor, num gesto ou numa particularidade de uma qualquer paisagem.

Há tempos atrás, encontrei uns sítios aqui na Internet com fotos muito interessantes (claro, umas mais que outras) que, de vez em quando, consulto para ir vendo as novidades.

http://www.1000imagens.com/
www.fotografia-na-net/
http://www.olhares.com/

Haverá com certeza muitos mais e talvez até com fotografias tão ou mais interessantes que estes. Fico a aguardar os vossos preciosos comentários com sugestões de sites sobre este assunto.

segunda-feira, maio 08, 2006

Cor de Sonho

Cor de sonho… pode ser tudo, pode ser nada.
São todas as cores, são as cores que quisermos.
O azul do céu, o verde da relva, o vermelho da papoila, o negro da noite são cores de sonho … tal como a cor do vento que passa, a cor do sol que alegra os nossos dias ou a cor do canto dos pássaros.

Este espaço vai ter como finalidade principal a publicação de textos que vou escrevendo, mais ou menos regularmente (conforme a inspiração) sobre os mais diversos assuntos, desde simples cogitações sobre as pequenas insignificâncias da vida a comentários a aspectos da actualidade.