sábado, setembro 09, 2006

Vice-versa

Virei a página e só havia caracteres que não entendia.
Virei a folha e havia muitas nervuras, a maior ao centro e as outras, todas muito pequeninas, mesmo daquelas que se distinguem com dificuldade, preenchiam o resto do espaço.
Tentei soletrar, tentei ler da direita para a esquerda, de baixo para cima, tentei mesmo pensar noutro idioma... não, não consegui.
Passeei os dedos ao de leve pelas nervuras da folha, pela sua forma, pela sua textura.
Talvez aqueles tracinhos, aquelas letras mais ou menos redondas, muito ou pouco empertigadas, às vezes excessivamente alongadas, não tenham sido desenhados para alguém poder decifrar.
As tonalidades do verde e do aroma da folha contaram-me segredos, lendas, fábulas, histórias de hoje e de ontem que me deixaram a sonhar…

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