domingo, dezembro 30, 2007

A Cores...

É verdade que não tenho escrito nada para o blog nos últimos tempos. Há diversas razões para isso, embora se possam resumir a uma enorme falta de tempo e ao facto de eu andar a ponderar sobre a continuação do blog... Neste intervalo de tempo, aconteceram diversas (r)evoluções na minha vida. Uma delas foi a publicação do meu primeiro livro de poesia!


Cá está ele...

terça-feira, outubro 02, 2007

Cores de sonho


A beleza das coisas está na mente de quem as contempla.

Sonho ter sonhos dessas cores...

quinta-feira, setembro 20, 2007

Insónia

Três da manhã...
Nada mais existe,
só o sofrimento
filho da falsidade...
Quando foi que resolveram enlouquecer-me?

segunda-feira, setembro 17, 2007

Mistura Poderosa

Há ódio demais na objectiva da minha máquina fotográfica. Todas as imagens aparecem toldadas por um misto de não sei o quê mais ódio (mistura poderosa). Nem sabia o que era... isso do ódio. Agora estou a um passo de me convencer que se trata de uma fonte inesgotável.

Até...

Hoje a mágoa passeia-se dentro de mim, com umas botas muito pesadas. De vez em quando, detém-se em certos locais e depois, em vez de caminhar, marcha com toda a convicção em linha recta, por cima de tudo o que encontra à sua frente. Há setas de maldade que aparecem e que me atingem. Sinto que há veneno a escorrer nas paredes onde tento encostar-me para descansar...
Até quando???

terça-feira, setembro 11, 2007

Eu vi...

Não podes dizer que não é verdade...
Eu vi.

Eu vi-te a tentar
ser igual aos outros.
Eu vi... não podes negar.

Eu vi quando sorrias sem vontade
e quando escondias a tua verdade.

E agora que vais fazer?
Fantasiar um pouco mais
e continuar a ignorar os sinais
de algo tão evidente
como esse desalento crescente?

Podes até tentar fugir...
Mas duvido que vás conseguir...

À minha amiga imaginária...

Não te suporto mais…
És ridícula, desadequada e passas a vida fora de contexto, como um palhaço entre dançarinos de ballet ou uma girafa como animal de estimação.

domingo, setembro 09, 2007

maybe "ice water"



Um dia destes vou começar a coleccionar
o silêncio que sempre me ofereces como resposta…

Vou passar a dividir a sensação
que me causa o sorriso gélido
com que me presenteias,
pelos minutos de um dia inteiro…

É que dei por mim a pensar
que assim passarei a ter
a tua presença ainda mais intensa
em tudo o que faço…

terça-feira, setembro 04, 2007

Sabes???

Faz hoje 1 ano, alguns meses e 15 dias que conheci uma nova faceta minha.
E, no entanto…
Fez ontem não sei quantos meses e um par de dias que te senti tão mais perto de mim e me senti tão mais segura de mim.
E, no entanto…
Faz hoje uma carrada de dias e de noites que me questiono sobre tantas coisas e nunca encontro respostas plausíveis, que falo sozinha, que sonho acordada, que te imagino perto de mim…
E, no entanto…
Faz hoje uma carrada de noites e de dias que deixei de me questionar e que tento deixar a vida correr ao sabor do vento (e não consigo), que temos conversas fantásticas (mas imaginárias), que durmo e acordo no mesmo sonho e que continuo a não te ter perto de mim…

sexta-feira, agosto 31, 2007

Será que...


Será que me consegues ouvir quando converso contigo dentro da minha cabeça?
Será que sorris quando faço trocadilhos com palavras sem sequer falar?
E será que tapas os ouvidos quando grito sem os meus lábios se mexerem?

Gosto de pensar que sim…

terça-feira, agosto 28, 2007

Sábias palavras...

Hoje lembrei-me das palavras do (incontornável) Eugénio de Andrade...

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

domingo, agosto 26, 2007

Basta...

Basta... admite que perdeste!
Admite que nunca vais lá chegar
Admite que aqui não é o teu lugar

Basta... não vais mesmo conseguir
Não adianta continuares a mentir
Não disso faz sentido

Basta... é melhor parar com a encenação
É melhor começares já a admitir
Que essa luta não tem razão de existir

sexta-feira, agosto 24, 2007

Olhos...

Olhos cor de ilusão, de tristeza, de quimeras, de esperança, de coragem…

sexta-feira, julho 06, 2007

Regressar??

Não tenho medo de me perder.
Conheço o caminho de volta…
Sei como regressar,
como voltar a anular tudo em mim,
como dissipar cada milímetro que se queira erguer.

quarta-feira, julho 04, 2007

Maybe

Maybe I’m a fool for standing in line after so much time.
Maybe I’m a fool for lending attention and don’t even dare to borrow...

segunda-feira, junho 25, 2007

Expectativa

Enquanto esperava por ti, quis desempoeirar a minha alma.
Sacudi-a e estendi-a ao sol entre peças de roupa que secavam. E sentei-me a observá-la. Balançava sem pressas, numa cadência nem sempre regular, com um ar de quem pressente novidades.
Mais tarde, enquanto a guardava, reparei nas suas novas cores, na sua aura tão mais luminosa, tão mais feliz, talvez pela expectativa da tua chegada...
Hoje encontrei-a amarrotada entre papéis e sonhos, escondida entre cores desbotadas, a imaginar-se uma gloriosa guerreira de uma qualquer guerra perdida.

sexta-feira, junho 22, 2007

Reformular

Desdobrei,
multipliquei,
fiz render cada migalha de mim
e mesmo assim… não saí daqui.

Quero reformular…

Preciso encontrar
um caminho ladeado de girassóis
que vão sorrir quando eu chegar
e um campo de frágeis papoilas
que vão ondular quando eu passar.

terça-feira, junho 12, 2007

Voar

Não te senti chegar.

Apareceste do nada, pé ante pé e sorriste.
Um sorriso que me fez querer voar, que me fez saber conseguir.

Não te ouvi sair.
Mas depois fiquei a pensar que era mais feliz antes de saber voar…

domingo, junho 03, 2007

Faz de conta II

TEXTO RETIRADO TEMPORARIAMENTE

segunda-feira, maio 28, 2007

Faz de conta

Foi então que um mar de tristeza
Se transformou em pranto e lhe alagou o rosto,
E que apareceram palavras e frases desalinhadas
Que a golpearam incessantemente,
Enquanto um fio gélido lhe apertou a alma.

Teve de sorrir,
De se socorrer de diplomacia,
De se materializar em sorrisos...

Até quando...???

segunda-feira, maio 21, 2007

Lapso

TEXTO RETIRADO TEMPORARIAMENTE


Cómo quisiera poder vivir sin aire.
Cómo quisiera calmar mi aflicción (...)

segunda-feira, maio 07, 2007

Olhares


Só quero ser olhada em silêncio... sem interferências... sem retalhos de passado, ser olhada por detrás de uma cortina de nevoeiro transparente.

Só quero ser contemplada por filas intermináveis de letras... organizadas, sorridentes, sem princípio, nem fim.

Só quero ser respeitada como a gota de água que faz o copo transbordar.




domingo, abril 15, 2007

Ali...

Não sentia medo.
Estava ali, transida de emoção, perpassada pela comoção, a tremer…
Ali, a sentir uma chuva de lágrimas alagarem-lhe o rosto, toldarem-lhe o pensamento…
Ali, certa que o seu uniforme de solidão tinha sido atingido…
Ali, a esforçar-se por não deixar a areia dos dias felizes escapar-se-lhe por entre os dedos…
Estava ali, transida de melancolia…
Sem medo.

segunda-feira, março 19, 2007

Palavra-passe

TEXTO RETIRADO TEMPORARIAMENTE

segunda-feira, março 12, 2007

Conta-me coisas...

Conta lá...
Conta-me porque existe gelo no teu timbre de voz e um vazio nos teus gestos.
Conta-me porque te vestes de indiferença e distância.
Conta lá...

Eu já deixei a mágoa num labirinto de difícil acesso
e o ressentimento a macerar entre pétalas de doçura.
É a tua vez...
"desconstrói" essa muralha de impecabilidade
e deixa que novas cores se acomodem à tua volta.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Desencontros...

Quis dizer tantas coisas,
Quis contar-te como são precisas coisas tão pequenas e simples para eu ficar feliz,
Quis sentar-me a teu lado e deixar que os sonhos falassem mais alto,
Quis agarrar os medos de uma vez por todas, com força e determinação,
Quis dar-te a mão e mostrar-te o meu mundo mágico...

Quis mostrar-te as amoras cor de piquenique que apanhei pelo caminho,
Quis partilhar contigo os fragrâncias das folhas que perfumaram o meu duche,
Quis desenhar o meu sorriso...

Quis...
E dei por mim a questionar-me se terei conseguido...

Sei que não sentiste sequer as notas de música que saltitavam à minha volta,
Nem viste as gotas de loucura que escorriam pelo meu cabelo,
Ou as nuvens cor de insegurança onde eu me sentei...

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Cardápio

Foram servidas mágoas pisadas em almofariz de pedra, temperadas com pétalas, regadas a lágrimas.

Mágoas como entrada, dúvidas como prato principal e salada de emoção confusão.

Vinho para um brinde à solidão, desassossego para a fase final…

Quadradinhos de açúcar fingiram adoçar um café que se propunha despertar sentidos e avivar instintos.

No fim, houve conversas sentidas, perguntas vazias e respostas ocas, gargalhadas perdidas, sorrisos sem par, sem número, sem género, sem cor, sem forma, sem jeito, sem nada, sem nexo.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Miragem

Era uma vez um canteiro que estava cheio a abarrotar de flores, de cores, de fragrâncias, de volume.
Lindo, delicado, harmonioso, agradável aos sentidos...
Ora frágil, ora exuberante...
Não havia espaço para outras flores, nem lugar para ervas daninhas, ou pragas. Sem dúvida, alguém dedicava atenção diária a tal cantinho tão especial.
Não, não, não... isto não é verdade, era só a descrição de uma imagem que me deixou boquiaberta por alguns segundos. Daquelas tão expressivas pelo poder da cor e da textura que nos levam a acreditar que a perfeição existe. Não existe, é só uma miragem, cada vez mais longínqua, que teimam em me impingir e que me leva diariamente a um completo desespero...

Having a bad day…

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Cartas

São cartas de diferentes baralhos, cartas que valem muitos pontos, poucos tentos, escassos tostões, muitos milhões. Cartas que encontram o destino de uns e outros entre figuras versáteis com pretensão a membros da realeza. São cartas que já sentiram o toque suave de dedos delicados, o contacto de dedos rugosos, o suor de dedos nervosos, impacientes, ansiosos. Cartas baralhadas, embaraçadas, atrapalhadas, confusas que nos perturbam os sentidos e nos turvam o entendimento.