domingo, setembro 24, 2006

Serenidade

Não sei bem onde foi, nem sei precisar quando foi …
Sei que passou por nós, contornou a nossa presença e deixou um rasto de sorrisos que tocou o rosto de todos.

Não sei quanto tempo vai durar, nem sei se vai voltar…
Sei que seguiu o seu caminho num passo silencioso, seguro, tranquilo e sei que vive em qualquer momento, em todos os lugares.

Não sei como se chama, mas eu chamo-lhe… serenidade.

quarta-feira, setembro 13, 2006

O tempo...

O tempo (meteorológico), esse poderoso "desbloqueador" mundial de conversa, tem servido de inspiração para a composição de textos lindíssimos. Hoje, lembrei-me de um que gosto particularmente (quem sabe, inspirado pelo tempo... ou não) e achei por bem partilhá-lo convosco. É “Gotas de Tempo Puro”, da autoria de Paulinho Moska, celebrizado por Ney Matogrosso.

Choveu dentro de mim
Gotas de tempo puro
Trovoadas de passado
Relâmpagos do futuro
Todos os relógios de pulso
Foram jogados no lixo
Modificando a história do homem
Mudando a vida do bicho
A sensibilidade dos anjos
Tornou-se meu ponto de vista
E a multiplicidade do agora
Faz de todo mundo um artista
Todos os relógios da torre
Perderam o mínimo sentido
Chegou a hora da aventura
Em busca do tempo perdido
O que a humanidade grita é
Eu quero a liberdade, é lógico
Mas o que a natureza ensina
É que nada tem que ser cronológico...

Lindo, lindo, lindo … e digo mais: lindo.

sábado, setembro 09, 2006

Vice-versa

Virei a página e só havia caracteres que não entendia.
Virei a folha e havia muitas nervuras, a maior ao centro e as outras, todas muito pequeninas, mesmo daquelas que se distinguem com dificuldade, preenchiam o resto do espaço.
Tentei soletrar, tentei ler da direita para a esquerda, de baixo para cima, tentei mesmo pensar noutro idioma... não, não consegui.
Passeei os dedos ao de leve pelas nervuras da folha, pela sua forma, pela sua textura.
Talvez aqueles tracinhos, aquelas letras mais ou menos redondas, muito ou pouco empertigadas, às vezes excessivamente alongadas, não tenham sido desenhados para alguém poder decifrar.
As tonalidades do verde e do aroma da folha contaram-me segredos, lendas, fábulas, histórias de hoje e de ontem que me deixaram a sonhar…

sábado, setembro 02, 2006

Silêncio

Esse teu silêncio… incomoda, perturba, irrita.
Pensei que com o passar dos tempos iria acabar por me habituar, por me sentir feliz por te saber aí, mesmo assim em silêncio.
Pensei que iria conviver com ele como se convive com alguém que vive na mesma casa, que me sentiria afagada, acarinhada, confortada por esse pedaço de ti.
Afinal, enganei-me…
O silêncio que teimas em usar, qual imagem de marca, é tão só um espaço oco, vazio de calor humano, sem aqueles pequenos nadas que constroem cada ser humano. Não transmite boas sensações, não causa sorrisos, não provoca gargalhadas... é apenas um terreno árido onde reinam a dureza, a amargura e a intranquilidade.