segunda-feira, maio 31, 2010

Desconcentração

Invulgarmente, soube logo que não estava no sítio correcto. Ao primeiro piscar de olhos. Sabia que ali não era mais que um ponto de viragem do desaguar de outros rios. Voltei a cabeça em direcção da rua. As luzes continuavam a perturbar-me. O movimento contínuo de carros deixou-me alheada por alguns momentos. Não distinguia as palavras dos outros, o porquê das perguntas, a necessidade das respostas, o compromisso dos gestos. Concentrei-me no azul. No azul que não era turquesa, que não era petróleo, que não era escuro. No azul da minha camisa, no tecido enrugado, no toque. As vozes insistiam, agora com eco, um pedido de atenção. Sinto a cabeça latejar…

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