Encravo as palavras que te queria dizer dentro do bolso e tento esboçar um projecto de sorriso. Vou fazer de conta que não quero encontrar-te, vou fazer de conta. E, de cada vez que pensar em ti, vou logo a correr sintonizar-me numa onda de obliteração. A coragem parece escarnecer de mim e eu pareço não me importar. Desfaço os laços, mas não desato os nós. Parecem não ter fim, parecem tão comodamente instalados. Parecem fazer parte de uma realidade que só eu não quero admitir. De vez em quando, consigo arrancar uma nano-partícula à coragem quando ela passa a correr por mim, mas esta coragem é nada mais, nada menos que algodão doce e logo, logo, a sinto a esvair-se, a desaparecer entre os meus dedos. Fica só a lembrança, a (pseudo-)vontade, e o faz-de-conta.
5 comentários:
...Belo textO! :)
... no coments ... rendo-me incondicionalmente ...
Kiss
adorei e chorei imenso ao ler o teu texto! lindo
Adorei o texto...
você conseguiu traduzir em palavras sentimentos guardados em peito nos últimos dois meses! obrigada por escrevê-lo.
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