sexta-feira, julho 16, 2010

Premência

Desdobro-me em duas assim pela manhã e sigo. Em modo automático. O mesmo caminho, o café de sempre, os rostos e as gargalhadas uma e outra vez. Os gestos repetidos. As rotinas de todos que se apressam naquela elipse de tempo e dos outros que assistem com um sorriso ao desfilar de cadências diferentes, servos de um outro modo, o da espera. Os mesmos minutos que antecedem outro ciclo do tal modo, o automático.
Ouço as criticas, os comentários jocosos, os palpites algo descabidos. Absorvo a correnteza de informação que me chega a todo o momento. Sorrio e tento sempre ripostar, às vezes magoada. Será a minha imagem de marca, não deixar ninguém sem resposta. Atento em como algumas pessoas tentam a todo o custo catalogar-me e arrumar-me num recanto qualquer da vida delas onde guardam quem querem que esteja à mão, nem sempre pelas melhores razões.
Reflicto uma e outra vez e sei que cheguei a todas as conclusões necessárias. Há que escolher… Tudo está claro, não há volta a dar, só não haverá a coragem necessária talvez. Se não fosse tão severa comigo diria que não me quero precipitar e sei que esta versão tem um quê de verdade.
Imagino todos os dias como será depois, como será apanhar o ritmo a pulsares novos e diferentes. Sinto já os olhares de despeito, de censura e de incredulidade que emoldurarão algumas faces.
Respiro fundo. É premente a decisão. Respiro fundo novamente.

Sem comentários: