quarta-feira, abril 08, 2009

Reflexão

Às vezes não nos apercebemos do quão importante é termos sempre a verdadeira noção do como nos sentimos em determinada situações. Quantas vezes me aconteceu querer algo e depois, quando o consigo, a sensação não se assemelha sequer ao que imaginava... quantas vezes cheguei à conclusão que vivi anos e anos ou meses sem fim em situações em que não me sentia bem e não tinha a coragem de o admitir??!?!?!?
Admitir é sempre o primeiro passo.
Admitir que gosto de mim, mas talvez seja pouco.
Admitir que gosto muito do meu cabelo (quando ele está penteado e não tem cabelos brancos... ok, tenho um cabelo muito bonito e saudável).
Admitir que acho horrível, terrível, abominável a celulite que se tem vindo a instalar a pouco e pouco nas minhas pernas.
Admitir que sou uma pessoa algo corajosa, algo desenrascada, algo inteligente. Admitir que tenho conversas interessantes.
Admitir que sou muitas vezes uma nulidade e odeio-me por isso. Admitir que falo muitas vezes sem pensar e acho-me terrivelmente vulgar nessas alturas.
Admitir que faço trocadilhos com palavras engraçados. Admitir que tenho um estilo de humor sarcástico, sem ser ácido, sem ser negro, sem ser vulgar e, às vezes, tão subtil que passa despercebido à grande parte dos ouvintes.
Admitir que considero geralmente bastante todas as outras pessoas e que tendo a desconsiderar-me.
Admitir que tenho a tendência de pensar que o meu mundo e as pessoas que conheço se movem à mesma velocidade que eu e, de vez em quando, dou por mim muito surpreendida a constatar que não é bem assim...

Portanto, depois de admitir há que saber o que se sente..."como me sinto em determinada situação?" deve ser a perguntar a fazer sempre e quando a resposta for negativa um dia e outro dia, como uma resposta que vem quando falamos para dentro de um poço, o melhor mesmo é arranjar formas de mudar esse "sentir"... não interessa quantas barreiras teremos de saltar, ou quantas pessoas vamos chocar... desde que se respeitem os (sentimentos dos) outros, há que tentar sempre, há que correr, há que viver, há que escolher o caminho e não vaguear, ou ser arrastada. Não vale a pena fazer um caminho com o ânimo de quem está na paragem de um autocarro que nunca chega, não vale a pena mesmo! Não vale a pena fazer o caminho, pela berma, a medo, se ele é tortuoso, se tem cardos e pedras e desníveis se o fim do caminho é algo vago, não nos deixa a sorrir, não nos enche os pulmões de ar e o corpo de coragem, quando pensamos nele... O importante mesmo é como nos sentimos. Em todos os momentos... como nos sentimos a trabalhar, a ler um livro numa esplanada, ao lado de alguém, a partilhar momentos com amigos, "caras-metades", família ou pessoas que encontramos ao acaso, a relaxar, a viajar, a escrever, a comer o nosso gelado favorito... tudo, tudo, analisado é mesmo, mesmo muito interessante e dá-nos tantas respostas. É só ouvir o eco, é só ouvirmos o que vai dentro de nós...

Porque assim, plenas e resolvidas, seremos sempre umas pessoas muito, muito melhores, umas pessoas bem mais interessantes...

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