terça-feira, junho 22, 2010

Círculo vicioso

Quer tu o digas, quer eu o diga, esse não será sempre uma rejeição.
E sinceramente, não lido bem com essa condição.
Dilacera-me o sentir, entorpece-me a razão.
Insisto no outro eu, no que não conhece barreiras quando precisa lutar.
Repito gestos embotados, que parecem nunca resultar.
Ressalvo-me, ressinto-me, enquanto tropeço em mim.
Multiplico ânsias e esforços para varrer a sombra de desilusão.
Soletro o não.
Assumo a negação e a solidão.

sexta-feira, junho 18, 2010

Que palavras escolher??????

O escritor português e Prémio Nobel da Literatura em 1998 José Saramago morreu hoje aos 87 anos em Lanzarote.
in Público

Sinto-me perdida. E agora? E amanhã como será?
Para além do sentimento de perda, sei que estarei em harmonia com milhares de pessoas que, no mundo, também o idolatravam.
Sinto que não quero ouvir a verborreia mental de algumas pessoas que virão debitar para praça pública frases feitas e ocas de sentido. Que se calem os pseudo-intelectuais que duvidavam do seu talento! Que se calem todos os que diziam que o compreendiam mas questionavam as suas afirmações, a clareza das suas ideias. E que se calem de uma vez por todas, quem discorre sobre a sua obra e nunca leu uma só linha escrita por ele! Que se calem que o momento é de respeito!

quarta-feira, junho 16, 2010

Em construção

Primeiro experimentei deslizar e encaixar-me. O espaço era estreito, sem janelas, o ar sufocante. Esforcei-me por encontrar o fio que imaginei condutor. Considerei a hipótese de me aninhar… Mas não, também não. A cada instante, o apelo exterior. O ar que se adensava. Soluçavam ímpetos de curiosidade. Sobrava-me vontade de esbracejar. Corri até à porta que teimava em não abrir. Canalizei a força, a fúria e os rompantes naquele gesto. Vi-me a sorrir ao quase tocar na aura de insubmissão que me perpassava. Dissolveram-se o definhamento e a míngua de descoberta perante o jorro de luz do mundo lá fora. A única certeza é a da importância do ímpeto que me locomove, que incessantemente me agudiza a curiosidade e me impele a lutar pela plenitude de me sentir em permanente construção.

quarta-feira, junho 09, 2010

True colors



True colors (a preto e branco)

terça-feira, junho 08, 2010

Interrupção

Inspiro. Expiro. Voltei. Mas sei que nunca parti. Nesse hiato de tempo, demorei-me a considerar as linhas à minha frente. Imaginei-as circulares e outras vezes oblíquas. Quis que rodopiassem. Qui-las aderentes e compactas. Distrai-me a considerá-las. Fitei-as e... ainda assim, continuam paralelas.